Com a intensificação do sistema de plantio direto e o aumento do cultivo de milho safrinha, os percevejos têm encontrado condições ideais para a sobrevivência e proliferação devido à constante oferta de alimento. Como consequência, as populações dessas pragas têm aumentado consideravelmente, tornando-se uma ameaça cada vez mais relevante para a cultura da soja.

Os percevejos sugadores, como Euschistus heros (percevejo-marrom), Nezara viridula (percevejo-verde), Piezodorus guildinii (percevejo-verde-pequeno) e Diceraeus spp. (percevejo-barriga-verde), provocam danos significativos nas plantas ao se alimentarem das vagens e sugarem os grãos, comprometendo a qualidade e injetando toxinas que causam deformidades e reduzem a produtividade.

Nesse sentido, a realização de um monitoramento adequado, acompanhando regularmente a população de percevejos, permite ajustar as estratégias de controle conforme necessário, otimizando a aplicação de defensivos agrícolas, evitando desperdícios e contribuindo para que a infestação permaneça em níveis controlados.

A seguir, apresentamos os cinco passos essenciais para um monitoramento eficaz de percevejos na soja que ajudarão o produtor a agir no momento certo e a proteger sua lavoura de forma eficiente e sustentável.

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Passo 1: conhecer a dinâmica populacional dos percevejos nas diferentes fases da cultura

O conhecimento da dinâmica populacional dos percevejos é fundamental para a implementação eficaz do manejo integrado. Confira como esses insetos se comportam ao longo do ciclo de cultivo da soja.

Pré-emergência

Antes da semeadura da soja, os percevejos permanecem no solo, sob restos culturais, em estado de repouso, aguardando o início das chuvas. Locais como matas e áreas com vegetação densa favorecem sua sobrevivência durante esse período.

O percevejo-barriga-verde, no entanto, não fica em repouso e segue se reproduzindo em outras plantas hospedeiras. Embora esteja presente em baixa densidade desde o início do desenvolvimento da soja, sua população cresce de forma mais acentuada no final do ciclo da cultura, próximo à maturação, levando a uma alta infestação no momento do plantio da cultura subsequente, geralmente, o milho.

O problema das primeiras áreas de semeadura de soja é que elas funcionam como zonas de atração para percevejos, que deixam o estado de repouso em busca de alimento e locais para reprodução, atingindo altas densidades populacionais nos momentos críticos  para a produtividade da lavoura. Isso faz com que essas áreas exijam atenção e um monitoramento intensivo.

Desenvolvimento reprodutivo

Com o início da floração, os percevejos iniciam a oviposição e a colonização. Os danos mais significativos ocorrem a partir da formação das vagens (R3), momento em que o controle deve ser realizado de acordo com os níveis de ação, até o estádio de maturação (R7).  

Na fase de maturação, pode haver um aumento da pressão de percevejos vindos de áreas já colhidas, o que exige monitoramento contínuo.

Pós-colheita

Após a colheita da soja, os percevejos continuam presentes no ambiente, buscando refúgio em plantas hospedeiras alternativas. Nesses hospedeiros, os percevejos sobrevivem e se reproduzem, o que contribui para o aumento da população na área.

Essa população elevada pode posteriormente migrar para novas culturas, como milho, girassol, algodão e outras, iniciando novos ciclos de infestação. Essa dinâmica reforça a importância de estratégias de manejo integradas entre diferentes culturas, visando reduzir a pressão populacional de percevejos ao longo do ciclo agrícola.

Passo 2: fazer amostragens usando o pano-de-batida

A realização de amostragens frequentes e representativas é fundamental para o monitoramento eficaz de percevejos na soja, identificando o início da infestação e permitindo uma ação mais rápida.

Recomenda-se que essas amostragens ocorram semanalmente, especialmente durante as fases críticas, como a formação e o enchimento de vagens (R3 a R5). Durante essas etapas, as populações de percevejos tendem a aumentar, exigindo maior vigilância.

O método do pano-de-batida proporciona uma estimativa da população de percevejos na área e consiste em estender um pano branco de um metro entre fileiras, em diferentes pontos da lavoura, e realizar batidas vigorosas nas plantas para derrubar os insetos, cobrindo dois metros de fileira ao monitorar ambos os lados.

Uso do pano-de-batida. Fonte: Embrapa

A contagem deve ser baseada na densidade populacional detectada por metro de fileira. Deve-se considerar os adultos e as ninfas do terceiro ao quinto ínstar. A recomendação é fazer o monitoramento em duas fileiras consecutivas e registrar a quantidade de percevejos em fichas de monitoramento.

Essas fichas são ferramentas essenciais para acompanhar o histórico de infestação na área, auxiliando na tomada de decisões com base em dados concretos e facilitando a aplicação do manejo integrado de pragas (MIP).

Ficha para monitoramento de insetos em soja. Fonte: Embrapa

Passo 3: usar armadilhas de captura

Apenas a observação visual pode não ser suficiente para o monitoramento, por isso, além do pano de batida, pode-se utilizar métodos complementares, como as armadilhas, para garantir maior eficiência na detecção de percevejos.

Existem várias armadilhas que podem ser usadas, como as armadilhas luminosas que são posicionadas nas margens ou no interior da lavoura, emitindo uma luz que atrai percevejos de hábito noturno. Já as armadilhas adesivas consistem em placas ou fitas cobertas com uma substância aderente, como cola entomológica, podendo ser coloridas ou neutras, atraindo e capturando os insetos.

As armadilhas com urina bovina, por sua vez, podem ser fixadas em estacas nas bordaduras ou no interior da lavoura. Essas armadilhas são instaladas no início do desenvolvimento da soja e permanecem durante todo o ciclo. Sua maior eficiência ocorre na fase inicial, quando os percevejos começam a invadir a lavoura, ajudando a diminuir infestações e danos futuros, especialmente durante a formação de vagens e o enchimento de grãos.

Armadilha com urina bovina na soja para captura de percevejos. Fonte: Embrapa

A distribuição das armadilhas geralmente segue o intervalo de 30 a 50 metros. Recomenda-se que sejam inspecionadas regularmente para remover os insetos capturados e realizar a reposição da solução atrativa. Esse monitoramento frequente é essencial para manter a eficácia das armadilhas ao longo do ciclo da cultura, garantindo a captura contínua de percevejos e a redução da pressão populacional sobre a lavoura.

Passo 4: respeitar o melhor horário para o monitoramento

A escolha do horário para realizar o monitoramento também influencia nos resultados. Durante as primeiras horas da manhã, os percevejos se concentram nas partes superiores das plantas, o que facilita sua detecção visual. Nesse período, as temperaturas são mais amenas e os insetos estão menos ativos, tornando o monitoramento mais eficiente e a contagem mais precisa.

Por outro lado, durante as horas mais quentes do dia, os percevejos tendem a procurar abrigo em áreas mais frescas, como nas partes baixeiras das plantas ou em plantas hospedeiras. Isso dificulta sua localização, reduzindo a eficácia do monitoramento. Portanto, realizar essa verificação em horários adequados, como no início da manhã, potencializa a eficiência do processo e ajuda a evitar subestimações da população presente na lavoura.

Passo 5: seguir os níveis de ação para as tomadas de decisões

Os níveis de ação para o controle de percevejos variam conforme a fase da cultura e o objetivo do manejo.

Em lavouras comerciais de soja, o nível de ação recomendado é de 4 percevejos por pano de batida (2 metros de fileira), enquanto em áreas destinadas à produção de sementes, esse limite é reduzido para 2 percevejos. Essa diferença se justifica pelo controle mais rigoroso na produção de sementes para evitar perdas na qualidade e garantir a viabilidade do material genético.

Nível de ação para percevejos na soja. Fonte: Embrapa.

Durante os estádios críticos, como a formação e o enchimento de vagens, atingir o nível de ação recomendado é um indicativo de que o controle químico deve ser implementado. A utilização de inseticidas torna-se a ferramenta mais apropriada, no entanto, o timing das aplicações é fundamental.

Aplicar os produtos com base nas amostragens obtidas evita que a população de percevejos ultrapasse significativamente o nível de ação, o que poderia comprometer a eficiência do controle químico e aumentar os danos à lavoura. Além disso, o uso inadequado de inseticidas em populações muito elevadas pode resultar em resistência da praga e maiores custos de produção a longo prazo.

ENGEO PLENO® S: confiança que atravessa o tempo e não para de evoluir

O controle efetivo de percevejos não depende apenas de um bom monitoramento, mas também da escolha correta do inseticida. Nesse cenário, ENGEO PLENO®S se destaca como uma solução confiável e tradicional no mercado, amplamente utilizado por produtores de soja há mais de vinte anos.

Sua eficácia no controle de percevejos é comprovada, garantindo resultados consistentes, safra após safra. Estudos conduzidos pela Embrapa mostraram que o produto tem um controle eficaz de mais de 40 espécies de pragas em diversas culturas, demonstrando uma redução significativa na população de percevejos

ENGEO PLENO®S  conta com a sinergia dos ativos tiametoxam e lambda-cialotrina, reconhecidos no mercado ao longo dos anos pela consistência de resultados, aliados à exclusiva tecnologia ZEON®, que garante uma liberação controlada dos ativos e alta aderência às folhas das plantas.

Com ação por contato e por ingestão, ENGEO PLENO®S proporciona a paralisia imediata dos percevejos, interrompendo sua alimentação. Essa ação rápida faz com que o produto seja altamente eficaz no controle de ninfas e adultos

Além disso, graças à tecnologia ZEON®, após a aplicação, as microcápsulas maiores se rompem imediatamente, enquanto as menores liberam o ativo de forma gradual, por meio de difusão. Esse processo permite que pequenas partículas dos princípios ativos cubram toda a superfície foliar e adiram tanto às plantas quanto aos insetos-praga, proporcionando um controle eficaz e duradouro.

Mesmo sendo um produto consolidado, estando entre os cinco inseticidas mais utilizados pelos produtores de soja no Brasil, ENGEO PLENO®S continua a se reinventar, acompanhando as inovações tecnológicas do setor agrícola. A confiança que o produto transmite é reforçada pela “Campanha Pai e Filho”, destacando o valor de uma ferramenta já conhecida pelo produtor, mas que segue proporcionando resultados de excelência. Confira: 

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